No 5° episódio da primeira temporada do #CEOCAST: Comece agora ou fique frustrado para sempre, vamos falar sobre o quanto o perfeccionismo pode atrapalhar a sua jornada empreendedora.
Escute agora #CEOCAST 5 – Comece agora ou fique frustrado para sempre
Fiquei pensando nesse tema o final de semana inteiro e eu sei que ele vai gerar muito desconforto, então se você não está preparado para isso, eu sugiro que você consuma este texto/podcast aos poucos, porém preciso deixar claro uma questão aqui, nós não estamos aqui para falar apenas o que lhe agrada – acostume-se com isso, e hoje, se prepara por que vai ser soco na mente.
Eu sempre fui uma pessoa que agia muito por impulso e em determinados momentos – ou quase todos – isso é uma característica ruim. É considero um grande defeito. E talvez eu até concorde com isso.
Porém se eu não agisse por impulso na maioria das situações que já agi – e aqui eu estou falando exclusivamente no âmbito profissional – com certeza eu não estaria onde estou hoje.
Eu também sempre fui – e confesso que ainda sou – uma pessoa muito insegura. Então se eu pensar muito eu acabo desistindo de fazer o que tinha em mente ou faço uma enorme cagada.
Eu sei que deveria ter vergonha de assumir isso, mas os defeitos e as cagadas são o que nos torna ainda mais humanos.
Agora, trazendo de novo a referência do livro A Startup Enxuta pra vocês eu quero falar mais sobre o quanto esse livro me impactou – e olha que já faz uns bons meses que eu estou tentando terminar, mas ainda não consegui. Por que cada capitulo desse livro é tão forte e transformador que dá vontade de ler mais de uma vez. E eu tenho certeza que a cada vez que você ler, você vai se surpreender com as novas perspectivas que ele lhe mostrará.
O case que eu trouxe hoje é do Ricardo Sazima que trabalha com desenvolvimento de produtos digitais na Abril Mídia e é cofundador da Inova Ventures Participações S/A-IVP.
O Ricardo conta na Apresentação do livro a forma espetacular que ele alcançou o fracasso em sua carreira…
Em 1999 ele e sua equipe havia desenvolvido um dos primeiros sistemas de e-Learning (ensino a distância via web) do Brasil para o Senar (Serviço de Nacional de Aprendizagem Rural) em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). E a equipe dele era superenxuta, na verdade era apenas ele e o Virgílio, seu estagiário. Que tempos depois se tornaria seu sócio.
E o projeto inicial foi um sucesso, foi usado em escala nacional para a capacitação de trabalhadores rurais em administração rural. Tinha conteúdo rico, repleto de imagens, vídeos, animações, áudio e muitas outras coisas. Tinha uma área de membros, testes de conhecimentos avançados, era sem dúvidas, uma ferramenta avançada para a época. Que teve inclusive reconhecimento em congressos nacionais e internacionais.
Esse êxito, após alguns meses e diversos convites para interromper o mestrado e trabalhar com e-Learning levou Ricardo a fundar uma startup na área. Dessa vez com Virgílio como sócio.
Então eles começaram a montar o plano de negócios, (completinho, tal como eles aprenderam em um curso de plano de negócios).
Se inscreveram em um processo de incubação, a SOFTEX
Convenceram amigos e familiares de que eles não estavam loucos ao largarem carreiras promissoras por uma aventura
E passaram quase um ano desenvolvendo do zero a ferramenta que seria uma grande evolução do primeiro sistema.
Contrataram profissionais.
Passaram por dificuldades.
Ele chegou a trocar o carro por uma scooter para economizar na gasolina.
E a cada mês mais uma funcionalidade era desenvolvida.
Quando eles chegaram em um ponto, que consideravam a solução minimamente pronta para a comercialização, eles foram por mercado.
E caramba!
Para a surpresa deles, apesar de todo mundo falar de e-Learning, ninguém comprou.
Eles fizeram duas vendas pequenas, uma para a prefeitura e outra para um instituto. E só.
Eles investiram tempo.
Esforço.
E dinheiro consideráveis.
E construíram com sucesso um produto que ninguém queria.
A pergunta que Ricardo faz e a que eu quero fazer a vocês é a seguinte:
Seria possível aprender mais rápido e com menos esforço e investimento?
Claaaaaro que sim gente.
Essa história, como diz o próprio Ricardo, ilustra perfeitamente quando nos isolamos do cliente e não testamos nossas principais suposições. Não temos métricas, nem controlamos a contabilidade, quando trabalhamos muito, mas não em busca de um feedback real e consistente.
E é essa reflexão que eu quero gerar em vocês hoje. Por que você está tão preocupado em criar um produto perfeito? Por que você demora tanto para jogar suas ideias para o universo?
Às vezes você só precisa ter a audácia de lançar um produto não finalizado e ir melhorando-o durante o processo.
Por que se você esperar ele ficar perfeito para lançá-lo, você nunca vai fazê-lo.
Pronto, agora que já deixei uma pulguinha na orelha de vocês, eu me despeço já ansiosa para o nosso próximo encontro.