A Binance, conhecida como a maior corretora de criptomoedas do mundo, e responsável por negociar mais de US$ 10 bilhões (cerca de R$51 bilhões) diariamente, está “bloqueada” de operar financeiramente no Brasil. O impedimento começou no dia 17, após a Capitual, uma fintech responsável pelas operações da empresa no país, parar de realizar as transações de depósitos e saques dos mais de 4 milhões de usuários brasileiros.
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De acordo com o site Valor, a Capitual parou de realizar as transações em reais dos clientes brasileiros porque a Binance não teria atendido a solicitação de repasse de dados cadastrais (tais como CPF, nome da mãe, endereço, foto, entre outros) dos clientes.
A Capitual também alega que os dados são exigências de KYC “Know Your Costumer” (conheça seu cliente) do Banco Central, e faz parte de um processo que tem como objetivo aumentar a segurança das operações, de modo a evitar lavagem de dinheiro e crimes financeiros.
Antes dessa exigência, as operações seriam registradas por uma espécie de “conta gráfica“. Nessa “conta gráfica” os dados dos usuários da corretora não teriam individualização, ou seja, as centenas de transações seriam realizadas em nome da Capitual, e não em nome dos clientes. Por esta razão, a empresa solicitou que a Binance fizesse o repasse dos dados de cada usuário.
Por sua vez, a Binance negou a solicitação, e declarou que não poderia repassar as informações porque em uma possível rescisão de contrato, as empresas poderiam se tornar concorrentes.
Como não houve o repasse dos dados solicitados, a fintech “bloqueou” saques e depósitos da Binance, até que sejam enviados os supostos dados exigidos pelo Banco Central, que por sua vez, ainda não comentou o caso.
Como a Binance se posicionou?
Em resposta à um e-mail enviado pelo Canaltech, a Binance afirmou que romperá o contrato com a Capitual e buscará uma nova parceria com outra instituição de extensa experiência. A expectativa é de que o anúncio seja feito em breve.
A empresa também declarou que existe um processo de aquisição em andamento de uma corretora local para suas transações no Brasil, a Sim;Paul. O processo ainda aguarda aprovação dos órgãos reguladores, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
E como ficam os clientes nessa história?
A Binance orientou os clientes a movimentarem suas contas aqui no Brasil através de transferências via cartão Visa e operações (P2P) ou seja, entre usuários da corretora.
Em caso de dúvidas, entrar em contato com a página de suporte da Binance.
Fonte: Valor