Grande parte das redes sociais limitam o uso para menores de idade para evitar o acesso desse grupo de usuários a conteúdos indevidos. nos Estados Unidos. E pensando nisso, o Instagram agora está testando uma nova ferramenta que permite barrar a entrada de menores de 18 anos na rede social.
A rede social está testando três sistemas diferentes: selfies em vídeo, fornecimento de documento de identificação e garantia de outros usuários adultos.
O objetivo dessas ferramentas é garantir que menores de 18 anos acessem o serviço com limitações criadas para protegê-los, bem como barrar os menores de 13 anos.
Atualmente, menores entre 13 e 17 anos possuem recursos exclusivos, como o perfil automaticamente privado, para evitar abuso, bullying, exploração, entre outras práticas.
Esse sistema tem dois usos básicos como prioridade:
- adultos que se registraram como adolescentes por engano e tentam mudar a idade;
- adolescentes que tentam contornar as restrições mudando a data de nascimento.
Ainda não há previsão de lançamento dos três sistemas no Brasil. Provavelmente vão levar alguns meses, após receberem o feedback dos norte-americanos.
Método de comprovação da idade
Agora, quando alguém alterar a idade de adolescentes para maiores de 18 anos no Instagram, o aplicativo vai solicitar a confirmação por uma das opções que listamos acima.
Os documentos exigidos podem ser algum tipo de identificação com foto, como o passaporte, RG ou carteira de motorista. Os documentos enviados ficarão guardados no servidor do Instagram pelo período de 30 antes, antes de serem excluídos definitivamente.
Caso o usuário não tenha um documento de identificação em mãos, poderá optar pelo método de selfie em vídeo para comprovar a idade. Essa solução foi desenvolvida em uma parceria entre o Instagram e uma startup especializada em identificar as pessoas – conhecida como Yoti, com sede em Londres – para garantir que não haja falhas na identificação dos usuários. Essa foi uma forma de garantir que o sistema funcione, já que o anterior foi enganado por uma boneca Barbie.
A selfie de vídeo será compartilhada pela Meta com a Yoti, que verificará a idade com uma IA treinada para diferenciar os menores de 18 anos. Após o processo, ambas as empresas prometem excluir os dados armazenados. A Yoti diz conseguir estimar a idade, porém não consegue afirmar com precisão. Portanto, ainda é possível que haja falhas no sistema.
Método de comprovação social
O terceiro e último método é um pouco mais complexo e envolve um conceito chamado Social Vouching (Comprovante Social, em tradução livre). O Instagram vai exigir que menores de 18 anos atestem sua idade. O voucher será enviado para uma lista de seis pessoas aleatórias e sem grau de parentesco.
Os usuários selecionados terão até três dias para responder ao pedido, caso não respondam, a solicitação será cancelada. Nesse sistema existirá cinco opções para identificar a faixa etária:
- Menos de 13 anos;
- Entre 13 e 17 anos;
- 18 a 20 anos;
- 21 anos ou mais; ou
- Não tenho certeza.
Se as três pessoas selecionadas não escolherem a mesma faixa etária, a verificação falhará. O Instagram garante que as informações fornecidas serão privadas.
Sistema ineficaz de comprovação
Hoje, o Instagram não possui ainda um sistema de verificação eficaz para apontar a idade dos usuários, contando apenas com a autodeclaração, sem nenhum tipo de comprovação mais rigorosa.
Os algoritmos ajudam a mapear algumas atitudes suspeitas, como identificar mensagens de aniversário que mencionem a idade, mas ainda é algo bem impreciso.
Recentemente, o Insta determinou que todas as contas cadastradas insiram a data de nascimento – o que causou problemas com as contas empresariais, já que diversas contas foram bloqueadas por terem menos de 12 anos – já que os donos inseriram a data de fundação da empresa.
A Meta ainda afirmou que o experimento não é definitivo e ainda deve aprimorar continuamente a IA para detectar quem ainda conseguir burlar o sistema. Menores de idade não podem receber mensagens direta de adultos desconhecidos, muito menos visualizar anúncios direcionados com base nas atividades.
Desde o ano passado, a Meta vem sofrendo grande pressão, após uma publicação no Wall Street Journal com documentos internos do Instagram com supostas alegações sobre o impacto na saúde mental dos jovens. Por isso, ela vem agindo de forma mais rigorosa para evitar tais problemas. Após a repercussão negativa, a Meta até desistiu de lançar um aplicativo voltado para crianças.